segunda-feira, 19 de março de 2007

Scars Remain........

Ontem ..domingo ocioso me peguei em um exercício de pura nostalgia. Comecei a contabilizar minhas cicatrizes (as visíveis a olho nu, of course). Tenho uma na minha têmpora direita, quase na "fonte" como ainda dizem os antigos, resultado de uma de minhas tantas traquinagens de infância que sempre incluía algo como pular de algo ou me esconder. Certo dia, no auge de meus cinco anos encontrei a quina da escada, morava em SP ainda, e o estrago estava feito. Meu pai em toda sua bravura e coragem em meio a tanto sangue só conseguiu correr e ...sentar no sofá mais próximo. Minha mãe fez todo o procedimento de me acalmar, estancar o rio, e me levar ao hospital. Esta foi a a primeira, a mais marcante eu acho. Depois vieram outras...Ei não sou a versão cosmopolita de Frankstein, são só três e elas nem aparecem tanto, devido ao fato de minha pele estar sempre da cor do verão (do Alasca). Algumas delas nem tive culpa, pure victim....Brincava eu em uma pracinha da Lapa e meu joelho, muito simpático, se apresentou a um caco de vidro, mais uma vez quis o destino que meu destemido pai estivesse comigo, mas desta vez ele foi mais útil ( ou não deve ter conseguido se sentar no balanço), me levou ao médico ( que aliás Dr. arthur não entendo até hj por que o senhor não arquivava minha ficha , deixava sempre a mão...).
Cicatrizes existem para nos remeter ao passado de tempos em tempos, ao que já foi vivenciado um dia. Nem todas as cicatrizes são saudosas como as minhas...conheço pessoas que carregam cicatrizes de situações não muito animadoras e que acredito que quando as olham, lembram-se também do quão fortes podem ser, e entendem e valorizam ao extremo, o simples fato de estarem vivos.


O senso estético atual é quase que um cartão ponto onde ser alto, magro, loiro, moreno, olhos claros, funcionam como um Green Card de aceitação imediata. A ditadura do botox está deformando não só rostos mas personalidades.


Não quero me livrar de nenhuma cicatriz. Principalmente as que tenho na alma. Aprendi mais na dor, e nos meus erros sempre tentei ver o que de bom podia salvar em meio ao caos. Isso me transformou ( and still goes on) na pessoa que sou hj... Continuo tentando, e o ser humano perfeito é utopia.
Quando sinto que estou me afastando da minha essência..... olho meu rosto no espelho ou levanto minhas calças até os joelhos.

Um comentário:

Anônimo disse...

sora muito lindo o seu blog!! show de bola mesmo!! bjus!!